Produtores de frutas do Brasil querem conquistar o mercado asiático   134i5p

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Missão comercial, organizada pela ApexBrasil e Abrafrutas, aproximou o setor da fruticultura das exigências e oportunidades do mercado chinês  1z5p63

Entre os dias 12 e 19 de maio, uma comitiva formada por 35 representantes da fruticultura brasileira esteve em Xangai com o objetivo de aprofundar o entendimento sobre as particularidades do mercado chinês e reforçar a presença do Brasil como fornecedor de frutas frescas. A missão fez parte do projeto Frutas do Brasil, desenvolvido em parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e contou com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Com foco especial nas cadeias produtivas do melão e da uva – frutas que já têm autorização para entrar no mercado chinês – as atividades buscaram ampliar o conhecimento sobre os hábitos de consumo locais, critérios de qualidade, preferências por embalagens, modalidades de negociação e soluções logísticas exigidas pelo país asiático. 

“A China é um dos mercados mais importantes para frutas, e o Brasil tem um potencial muito grande de exportar e atender esse mercado. Ao mesmo tempo enfrentamos desafios. Por isso, todos precisam trabalhar juntos: o governo, com o engajamento do presidente Lula, a ApexBrasil e o setor produtivo por meio da Abrafrutas. amos uma semana na China, no contexto da missão presidencial , ao lado de mais de 30 empresas, muitas delas oriundas do semiárido nordestino, promovendo e posicionando as frutas brasileiras no mercado chinês. Nessa região, a fruticultura representa muito mais do que produção: é fonte de emprego, renda e desenvolvimento social. Por isso, essa missão foi tão estratégica”, afirma Laudemir Müller, gerente de Agronegócio da ApexBrasil. 

O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, celebrou o encerramento da missão à China com resultados positivos e destacou a importância da participação SIAL China 2025, em Xangai, uma das maiores feiras internacionais do setor de alimentos, que está ocorrendo em Xangai até o dia 21 de maio. “Encerramos a missão com grande êxito. Tivemos agendas importantes, fortalecemos o relacionamento com autoridades chinesas e, ao final, ainda participamos da SIAL, uma feira estratégica para o setor. Já decidimos que no próximo ano a Abrafrutas estará presente com um estande próprio, promovendo o melão, a uva e outras frutas brasileiras para esse mercado tão promissor”, afirmou. 

Mercados promissores
A iniciativa acontece em um momento decisivo para a fruticultura brasileira. A recente abertura do mercado chinês para uvas frescas do Brasil, anunciada oficialmente, em novembro do ano ado, durante a visita de Estado do presidente Xi Jinping ao Brasil, representa uma vitória histórica após anos de negociações. De acordo com a Abrafrutas, em 2023, o Brasil produziu mais de 1,7 milhão de toneladas de uvas e exportou 73 mil toneladas da fruta. A China, por sua vez, importou de outros países cerca de US$ 600 milhões em uvas no mesmo período, tornando-se um destino promissor. “A entrada das uvas frescas brasileiras no mercado chinês é uma grande conquista para a fruticultura nacional, que abre portas para novos negócios e consolida o Brasil como referência mundial em qualidade e sustentabilidade no setor”, afirmou Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas na ocasião. 

Já o melão, com forte produção concentrada no Rio Grande do Norte, também é estratégico. A janela de oferta brasileira, que ocorre entre os meses de outubro e abril, coincide com a entressafra chinesa, o que pode representar oportunidades para as exportações brasileiras. Segundo Aryan Schut, gerente de exportação da Itaueira Agropecuária, empresa cearense especializada na produção de melão e integrante da missão comercial, o sabor da fruta brasileira é uma importante aliada nessa conquista de espaço. “Tudo na nossa produção é feito buscando o sabor, isso porque a gente acredita no que o sabor causa nas pessoas. Estivemos aqui nos últimos cinco dias e eu comi bastante melão para conhecer e entender o que o mercado espera, que era o objetivo dessa viagem, e vi que tem sim muito espaço para o nosso produto”, ressaltou Aryan Schut. 

Para Bruna Brasileiro, cofundadora da comercial exportadora Happy Fruits, o sabor das frutas nacionais é o grande diferencial para a exportação. “Eu vejo a China como uma potência, de fato, tanto pela quantidade de gente que pode consumir, quanto de variedade de consumo. Visitamos os mercados locais e a gente vê fruta in natura, fruta cortada, a gente vê que eles de fato consomem esse produto. E quando eles conhecerem a fruta brasileira, o nosso sabor, certamente vai ser extraordinário, tem tudo para ser um grande mercado para o Brasil”, destacou Bruna Brasileiro, salientando que será preciso vencer desafios logísticos, como o tempo de trânsito, para que a exportação se torne realmente viável. 

Segundo dados da Abrafrutas, em 2024 o Brasil exportou mais de 1 milhão de toneladas de frutas, gerando uma receita superior a US$ 1,287 bilhão, um aumento de quase 4% em valor em comparação a 2023. Conforme a Associação, o desempenho geral das exportações de frutas brasileiras segue em crescimento em 2025. No primeiro trimestre do ano, as vendas internacionais somaram US$ 280 milhões, com aumento de 1,47% em valor e 24,78% em volume em relação ao mesmo período de 2024. Destaques para o melão (US$ 70,9 milhões, +22,68%) e a melancia (US$ 32,1 milhões, +90,88%), enquanto a uva apresentou queda de 23,13% em valor, que segundo a instituição, pode ser atribuído à valorização do mercado interno.

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