A confirmação do primeiro foco de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial no Brasil representa uma mudança significativa no cenário epidemiológico do país. Até então a aves silvestres, o vírus agora entra no setor produtivo, o que amplia o risco de disseminação e requer vigilância rigorosa. Embora a transmissão para humanos ainda seja rara e ocorra, em geral, por contato direto com aves infectadas, a presença do H5N1 em granjas aumenta as chances de mutações, especialmente em ambientes de alta densidade animal e contato frequente com humanos. 1f361y
Do ponto de vista da saúde pública, esse é um alerta importante. É fundamental intensificar o monitoramento de trabalhadores expostos, garantir protocolos de biossegurança e reforçar a comunicação clara com a população. Ainda não há transmissão sustentada entre humanos, mas o vírus da influenza tem um histórico de mutações rápidas e rearranjos genéticos. Por isso, todo surto em ambiente produtivo deve ser tratado com seriedade, responsabilidade técnica e coordenação entre saúde humana, animal e ambiental, dentro da perspectiva de saúde única (One Health).
Klinger Soares Faíco Filho é infectologista e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).